Com a saída de Hans Nina da presidência do Moto Club, a temporada 2017 para o Rubro-Negro dá um passo para trás. Agora, antes mesmo de tratar sobre montagem do time, os conselheiros (poucos) vão ter que eleger o novo comandante. Mais difícil ainda é manter perfil do atual, que na nossa análise, foi o mais acertado nos últimos anos. Desta forma, além do título maranhense e do acesso á Série C do Brasileiro, o legado deixado por Hans foi a forma progressista de ‘tocar o barco’. O próximo presidente não vai pegar crise, pelo contrário, terá Copa do Brasil, do Nordeste, Série C do Brasileiro e o Maranhense. Além de cotas mínimas de participação.

Hans acabou com um discurso muito comum no futebol do Maranhão que para ser presidente de um clube grande e conseguir feitos importantes era preciso ser rico e querer jogar todo seu dinheiro no futebol. Já vimos situações assim no passado e isso ainda estava vivo na cabeça da maioria. Mas a maior riqueza do homem é o conhecimento, então se não tiver grande volume de riquezas acumuladas, jogue o jogo com a fortuna que você tem.
Com disposição e conhecimento de vias legais, mesmo sem nenhuma influência política, essa diretoria, comandada por Hans Nina e Dadá, conseguiu, por duas vezes, recursos junto à Cemar, que só liberou esta verba por conta de benefícios que tem por meio da lei Estadual de Incentivo ao Esporte. Uma ferramenta importante para o esporte maranhense, que já colocou o Sampaio como campeão nacional de basquete, fomentou o vôlei, beach soccer, handebol, e outras modalidades. Tava faltando o futebol profissional. Este ano tivemos a chance de acompanhar esta lei a serviço de Moto e Sampaio. O Moto aproveitou melhor.
Mostrar o óbvio, que as leis e outros dispositivos legais estão aí para serem usados, fez com que pessoas ligadas ao Moto se frustrassem. Isso mesmo. A necessidade de ter sempre um clube ‘necessitado’ era o trunfo de muitos, que posavam como ‘salvadores do clube’. Ter o Moto como grande, mas à beira da falência, era o perfil ideal para muita gente.
Agora, com um exemplo bem dado, de que o clube pode ser administrado com menos paixões e mais convicções, o Moto precisa de dirigentes com o perfil igual. Figuras renovadas que tenham no sangue as ideias de evolução social por meio do esporte mais popular do país.
Além da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, o Moto pode se valer de outras ferramentas, inclusive da esfera federal. Li o programa de governo do prefeito reeleito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PDT), e lá, entre tantas promessas, tem a a viabilização da implantação da Lei Municipal de Incentivo ao Esporte. Caso não fique só no papal, é mais um caminho.
Tudo isso para buscar recursos para outras modalidades e a base do futebol, conclusão do Centro de Treinamento Pereira dos Santos, e investimento racional no futebol profissional, pois o Moto, no mínimo, numa Série C do Brasileiro, significa empregos gerados de forma direta e indiretamente. Caso contrário, se o clube cair, de novo, nas mãos erradas, vai significar o retrocesso para um clube que o máximo que poderá dar ao seu torcedor será o sentimento de pena. E isso o motense não espera numa mais ter no seu clube.
Algum nome, alguma esperança? É bom que apareça uma novidade. Um nome que seja novo, não seja aventureiro, tenha firmeza, humildade e tenha foco voltado para o progresso, não para o assistencialismo no futebol.