O vice-governador Felipe Camarão está como governador em exercício do Maranhão por conta da viagem de Carlos Brandão na comitiva do presidente Lula à China. Nessa condição, Felipe Camarão assinou um decreto nessa sexta-feira (14) proibindo a brincadeira das pipas ou papagaios na área do Estádio Castelão em dias de jogos oficiais no local.
Eu entendo a tentativa de acertar, mas vejo que foi um erro o decreto, uma vez que a área do Castelão, que também deve ser chamada de Complexo Esportivo Canhoteiro, é uma área de lazer pública. É amplo e deveria ser melhor aproveitado. O problema das pipas é quando quem solta usa a linha chilena (cerol), o que é proibido por lei no Maranhão.
Mas essas atividades devem ser incentivadas e não proibidas, ainda mais num complexo esportivo do tamanho do de São Luís.
O erro que demorou a ser corrigido, era o de deixar pessoas (muitas crianças) subirem na estrutura do estádio pra ficarem correndo e brincando com risco grande de acidentes. Ao que parecer, com uma reforma no local, isso foi resolvido.
Então, se você combate o cerol com fiscalização, pois já existe lei, e se não permite mais a subida na estrutura do Castelão – o que poderia causar acidentes graves, além da interrupção dos jogos, por conta das pipas caindo no campo de jogo – não há outros motivos para se proibir a brincadeira com as pipas, com os papagaios.
Em vez de proibir, era bom o Governo do Estado, por meio da Sedel (Secretaria de Desporto e Lazer) aproveitar pra arrumar o local e definir espaços para cada modalidade/brincadeira, dando vida real e diária ao complexo.
Bom lembrar que quando o futebol começou a ser praticado aqui em São Luís, nos espaços públicos, os amantes da categoria jogavam em praças como a da Alegria e Deodoro. Naquele tempo, sem espaço adequado para os jovens, as praças eram utilizadas, mas muitos outros reclamavam do barulho da garotada e do desgaste que se via nestes espaços por conta da “pelada diária”.
Claunísio Carvalho no livro “Terra, Grama e Paralelepípedos” traz situações com base em relatos jornalísticos da época, que até mesmo condução à delegacias os praticantes do futebol era submetidos, pelo simples fato de estarem “batendo uma pelada”.
É importante conhecer nossa história para não repetir os erros. Então, em vez de proibir, qualquer atividade lúdica para as comunidades deve ser incentivada, promovida e organizada pela iniciativa privada e principalmente pelo poder público. Repito: ainda mais numa cidade que tem um complexo esportivo enorme, que costuma ficar ocioso.